Nas cordas: parlamentar tenta explicar o inexplicável
Um dos maiores expoentes da Oposição, o senador Demóstenes Torres caiu em desgraça depois que foram reveladas suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O parlamentar admite que recebeu do amigo um telefone especial para conversar com ele. São essas conversas que a investigação policial gravou cerca de 300 vezes nos últimos oito meses. Muitas delas comprometedoras e que revelam uma amizade próxima demais com um contraventor.
Para completar, o senador tamém ganhou de Cachoeira um fogão e uma geladeira. Os mimos foram oferecidos pelo bicheiro no casamento de Demóstenes, no ano passado. Ontem, no Senado, Torres admitiu a pessoas próximas que "está morto" politicamente, mas que não vai renunciar nem se licenciar do cargo, como revela a Folha de S. Paulo desta quinta-feira.
Combativo ao PT durante nove anos, o senador colecionou inimigos ao longo deste período ao denunciar os descalabros do governo. Agora, aqueles que antes Demóstenes acusava apontam-no o dedo, pedem novas diligências, prometem levá-lo ao Conselho de Ética e buscam fustigá-lo ainda mais.
Apesar de ter iniciado um novo mandato há pouco mais de um ano, Demóstenes está acabado e, a partir de agora, passa a ser mais um zumbi em Brasília. Ninguém mais quererá saber de seus projetos. Quando a imprensa se aproximar será apenas para perguntar de Carlinhos Cachoeira ou se irá renunciar. E, se o temporal passar, sempre haverá alguém para recorda a história na mídia, muitas vezes dentro de seu próprio partido.
É a política reafirmando a velha máxima bíblica: diga-me com quem andas que te direi quem és. Ao associar seu nome a alguém cuja conduta não seja a mais recomendável é preciso levar em conta que, mais dia menos dia, esse amigo trará problemas. É questão de tempo para explicar o inexplicável... Seja para a família e amigos, seja para os eleitores ou a opinião pública.
Bom final de semana a todos!