A
reunião do PMDB, nesta terça-feira em Brasília, marca de maneira informal o início
do Governo Temer. Isso porque a saída do partido do Governo Dilma vai provocar
o efeito manada nas demais siglas que dão sustentação ao governo petista. E esse pessoal da “base
aninhada”, digo, base aliada, como se sabe, são verdadeiros “animais políticos” na essência da expressão
– sabem a hora de abandonar o barco quando apenas a banda continua tocando
enquanto o Titanic afunda...
Bem,
mas muita gente está fazendo confusão entre Impeachment e a cassação de Dilma. Na
verdade, o que está em discussão neste momento na Câmara dos Deputados é o
impedimento da presidente e não sua cassação (por favor, não existe “presidenta”.
Mesmo que uma palavra errada seja repetida mil vezes pelos petistas não passará
a existir ou estará de acordo com a Língua Portuguesa...). Ou seja, o processo
de cassação só será aberto no Senado se a Câmara aprovar o impeachment por 342 dos
seus 513 deputados. Se aprovado, o Senado recebe a denúncia e cria uma comissão
especial de 21 senadores para decidir se a Casa aceita o processo de
impeachment. Caso esta comissão aprove o processo, o relatório vai a Plenário,
que precisará ser aprovado por 53 senadores para, só então, Michel Temer assumir
interinamente a Presidência. Com a admissibilidade do processo de impedimento
da presidente, a previsão é de que, após duas semanas, o Senado passa a ter até
180 dias para votar o processo de cassação de Dilma. Vou me valer de uma
ilustração do Blog do jornalista Fernando Rodrigues para ilustrar melhor esta
questão, a qual publico na seqüência.
Inegavelmente,
há um longo caminho pela frente, mas os ventos da mudança sopram há muito tempo
neste País, mesmo que o PT tenha feito ouvidos moucos e dado de ombros para a
voz das ruas. Dilma vai cair por incompetência, arrogância, obstrução da
Justiça, caixa 2 em sua campanha, entre outros, mas será pelas pedaladas
fiscais que será defenestrada do poder.
No
entanto, engana-se quem acredita que sua saída será sem traumas. O PT irá
vender caro sua derrota. Segurem-se em suas cadeiras – vem greve por aí,
quebra-quebra e uma tentativa de transformar o Brasil em uma grande Venezuela. A
vida de Temer no Palácio não será fácil, mas comparada com a de quem paga a
conta desta instabilidade, nós, povo brasileiro, será bem menos penosa.