quinta-feira, 28 de abril de 2011

Checar e rechecar; Zero ou 100%?

Nestes 22 anos de vida pública, sempre tive a honra de ter trabalhado com políticos que me ajudaram a crescer profissionalmente e com quem aprendi valiosas lições.
Júlio César Redecker, que me deu aulas durante nove anos, dizia e repetia à exaustão: “Pessoal, tem que checar, rechecar e trichecar, se for o caso, mas as informações que vocês me repassarem têm que ser precisas”. Com isso, nos habituamos a conferir e a diminuir as falhas no escritório parlamentar e repetíamos isso como se fosse um mantra.
Com Nelson Marchezan Júnior trabalhei pouco tempo, mas o suficiente para lembrar de um dos seus bordões quando perguntava como estava determinada tarefa solicitada: “E aí? Zero ou 100%?”. Para ele, não havia tarefa “´pela metade”, ou “sendo finalizada”. Ou seja, estava pronta (100%), ou ainda não (zero).
E convenhamos, no fim das contas, eles estavam certos.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O poder (quase) imperial do Executivo

Sou parlamentarista por convicção. Acredito que quanto mais o poder estiver compartilhado, menos espaço haverá para a corrupção e o mau uso do dinheiro público. Outra vantagem inegável é separação entre as funções de chefe de Estado e chefe de Governo, ambas atualmente desempenhadas pela presidente e com prejuízos ao País, pois ela precisa se desdobrar entre compromissos oficiais e a administração.
Contudo, o maior problema nesta relação é a postura de prefeitos, governadores e presidente em relação ao Parlamento, que fazem dos Legislativos verdadeiras extensões dos Executivos. Colabora para isso o fato de os parlamentares estarem sempre ávidos por cargos e verbas para suas bases, o que em nada contribui para a independência entre os poderes.
Neste processo, o Executivo esmaga as oposições sob o pretexto da governabilidade. No meio disso tudo, florescem problemas como personalismo, populismo, autoritarismo, fisiologismo, clientelismo, entre tantos outros. E isso, definitivamente, não é bom para a democracia. Boa quarta a todos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Fale bem de seu chefe, fale bem de você

           É inacreditável, mas em muitas equipes o esporte preferido é falar mal da chefia. Certa vez ouvi alguém dizer em uma palestra: “Não fale mal de seu chefe. Afinal, já tem gente demais fazendo isso – a concorrência ou seus inimigos”...
Não é preciso ser muito esperto para descobrir que ao destratar quem é o responsável por seu salário, você estará ao mesmo tempo se desqualificando. Da mesma forma, o inverso é verdadeiro: se você fala bem e exalta a qualidade de seu chefe e de colegas de trabalho, estará também se promovendo, pois todos ganham com isso.
Agora, se você não tem um bom ambiente de trabalho, é oportuno buscar outra colocação, mesmo que o salário compense. Com o tempo você descobrirá que dinheiro nenhum paga uma depressão causada por anos de submissão ou pela falta de reconhecimento profissional. Pense nisso.
Boa terça-feira a todos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A cara do Brasil – a nossa cara

Seguidamente ouço as pessoas reclamarem dos políticos como se eles fossem marcianos e não pessoas escolhidas pela própria sociedade para nos representar.
Na verdade, gostemos ou não, a Câmara de Vereadores e o Congresso Nacional são a cara do Brasil. Ali temos médicos, jornalistas, advogados, empresários, representantes das mais diversas profissões e, até mesmo, picaretas. Lula costumava dizer, quando ainda era deputado, que lá existiam 300 picaretas. Depois governou por oito anos com todos eles, mas isso é outra história...
O fato é que o Legislativo é o poder mais democrático e representativo de um País. Aqueles que não gostam devem participar mais, fiscalizar e cobrar. Ou melhor: oferecer seu nome ao eleitor e disputar um cargo público. Afinal, como disse Martin Luther King, “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.”

domingo, 24 de abril de 2011

A força que o brasileiro desconhece

           Ali Abdullah Saleh, o ditador/presidente que ocupa o poder há 32 anos, vai renunciar à Presidência do Iêmen em um mês. É o presente de Páscoa que o povo iemenita recebe neste dia 24 de abril, depois de uma campanha nas ruas pela renúncia de Saleh iniciada em 10 de fevereiro deste ano.
          Antes do presidente do Iêmen, os ventos da mudança já haviam soprado no Egito, levando Hosni Mubarak. Outros presidentes de nações no Oriente Médio e Norte da África também sentem “a voz rouca das ruas”. Os protestos por mudanças atingem, ainda, Tunísia, Marrocos, Líbia, Mauritânia, Arábia Saudita, Iraque, Irã, Líbano e Síria.
          Essa é uma força que o brasileiro ainda não conhece – a sua força. No momento em que descobrirmos que o poder não é dos políticos, mas da sociedade que paga seus impostos e assina suas carteiras de trabalho de quatro em quatro anos, teremos um Brasil melhor. Ainda somos um “elefante amarrado a um pé de couve”, infelizmente.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O homem que se tornou refém de seu trabalho

            O título da postagem de hoje remete ao livro de Jonathon Lazear  - "O homem que confundiu seu trabalho com a vida", editora Sextante -, e busca discutir o equívoco que muitas vezes cometemos de fazer do trabalho um vício. Não raro, sentimo-nos melhor na empresa ou no gabinete que no convívio social ou familiar.
           Na verdade, se formos analisar bem a fundo, veremos que o trabalho passa a ser uma bengala para outros problemas, quando é tão somente parte de nossas vidas. Como resultado, movidos por mais dinheiro e sucesso, não tiramos férias, trabalhamos em feriados, finais de semana, perdemos almoços e aniversários, confraternizações na escola do filho, tudo pela carreira. Isso realmente vale a pena? Pense nisso. Vou voltar ao tema em breve, com mais tempo.
           Bom feriado de Páscoa.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Seja portador de boas notícias, fuja dos vampiros de energia

                
            Parece incrível, mas muita gente adora ser o portador de más notícias. Em gabinetes ou administrações, sempre tem alguém disposto a correr na frente para trazer uma notícia ruim para colegas e chefia. Cuidado. Evite esse erro fácil e procure sempre ser o agente das boas notícias. Mas atenção: isso não significa fechar os olhos para os fatos do dia a dia ou deixar de informar ao chefe quando algo grave acontece - apenas não seja o o primeiro a anunciar tragédias ou as falhas dos outros.
            Outra questão que considero importante é evitar o negativismo e os "vampiros de energia". Tem gente que carrega uma nuvem negra sobre a cabeça, tamanho o mau humor. Quando abrem a boca pouco contribuem. Basta perguntar "tudo bem" e pronto: lá vem um rosário de queixas. Afaste-se. Essas pessoas tomarão sua energia e te deixarão com um buraco no peito durante o dia todo. E convenhamos: a vida é bem mais do que isso.

Bom dia a todos!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ser importante ou ser imprescindível?

                Foi-se o tempo em que era preciso ser importante para uma equipe, seja na iniciativa privada ou no serviço público. Hoje isso já não basta, pois é fundamental ser imprescindível. Isso não significa reter informações ou centralizar o conhecimento das atividades na empresa ou no gabinete, pelo contrário. É preciso sê-lo a partir do trabalho e do desempenho das tarefas, com correção e competência. Se ninguém sente sua falta quando você está em férias ou durante uma licença saúde, abra o olho...Afinal, ninguém perde seu posto num dia, mas sim, paulatinamente, todos os dias. E aí? Você quer ser importante ou imprescindível?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ciúme de homem, o pior dos sentimentos

              Na política, costuma-se dizer que "ciúme de homem é pior do que ciúme de mulher". E é verdade. Se na mesma cidade o político tiver mais de uma liderança, inevitavelmente esse sentimento virá à tona e será preciso muita habilidade política para administrar egos e conflitos. Isso porque um ou outro irá se sentir desprestigiado em algum momento (mesmo que isso não esteja ocorrendo), o que vai gerar reclamações e queixas veladas. Neste caso, o importante é sempre avisar o deputado ou o seu assessorado do que está ocorrendo para evitar dissabores futuros e a perda de apoio e votos.
             Ah, quase esqueço: em boa parte dos gabinetes o ciúme também faz parte do cotidiano das assessorias. Assim, o melhor é não colocar a mão em cumbuca, como se diz no interior. Tradução: seja leal, faça seu trabalho e busque não apenas ser importante, mas imprescindível para o time.
              Boa semana a todos.

domingo, 17 de abril de 2011

Assessoria Política: a relação com seu chefe

             Um erro comum entre os assessores é, depois de algum tempo, pensar que deixou de ser servidor e passou a ser amigo do chefe. Ledo engano. Apesar da relação de cordialidade, fundamental para o exercício das atividades e do mandato, é preciso ter em mente que seguimos sendo SERVIDORES ou, se preferirem, colaboradores.
            Pergunte a si mesmo: quando seu chefe quiser sair em férias ou viajar a passeio ele irá lhe convidar ou irá com sua família ou com seus amigos de fato? Então, mantenha sempre em mente que mesmo desfrutando de uma posição privilegiada em relação às demais pessoas, você faz parte de uma engrenagem fundamental para o político, mas essa relação dificilmente será quebrada ou deverá ser quebrada. Isso permitirá você realizar seu trabalho e manter o distanciamento necessário para a relação continuar, mesmo após sua saída do gabinete ou da administração.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A economia e o papel das Oposições

            Muito se tem falado neste início de mandato da presidente Dilma a respeito do papel das Oposições. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso inclusive chegou a dizer essa semana que seu partido deveria mudar o discurso, deixando de lado a classe média, pois este voto já estaria definido a favor do PT, e passando a falar para a nova classe média. 
            A consideração de FHC é válida, mas o fato é que o eleitor pensa com a barriga. Tradução: o brasileiro está tendo acesso a produtos e serviços que não tinha em um passado recente em virtude dos bons ventos que sopram a favor de nossa economa. Assim, enquanto o governo surfar nessa onda que tem a China como protagonista, não terá oposição que fará o eleitor mudar seu voto ou de opinião. Afinal, como disse Bill Clinton em 1992, "It´s the economy, stupid!. 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Campanha eleitoral: e tudo começa com....PESQUISAS!!

Uma campanha eleitoral inicia com pesquisas. Pra mim, avaliar governos, projetar ações e descobrir a agenda de sua excelência, o eleitor, só é possível pesquisando.
É por meio de uma amostragem séria que o gestor ou o candidato poderá saber onde precisa melhorar, seus pontos fracos e fortes e, especialmente, o calcanhar de aquiles de seu adversário.
          Costumo dizer que a pesquisa é a bússula na eleição ou no exercício do mandato.  Então, para não errar e, sobretudo, não ficar falando sozinho, baseie seu discurso em pesquisas e não em conversas de bar.  

            PESQUISAS QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS
         Conforme a abordagem e instrumentos utilizados, as pesquisas podem ser quantitativas ou qualitativas. Ambas têm objetivos e propostas diferentes. Se queremos saber quantos eleitores votariam em determinado candidato a determinado cargo, por exemplo, a quantitativa é a amostragem indicada, a partir de uma análise estatística. Para universos acima de 10 mil pessoas, o indicado são 400 entrevistas, tendo como base a divisão por classes sociais, idade, escolaridade e renda. Neste caso, especificamente, a margem de erro seria de até 5%. Para diminuir essa margem, é preciso aplicar um número maior de questionários.
          No entanto, se o foco estratégico é saber o que é importante para o eleitor e, sobretudo, o porquê, é necessário aplicar uma pesquisa qualitativa. Dela sairão elementos fundamentais para definição de posicionamento, criação de slogam, discurso e postura do candidato durante as eleições.