terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Futebol holandês ensina como tratar baderneiros

Jovem apanha e ficará 30 anos longe dos estádios
          
A Holanda, que em 1974 surpreendeu o mundo com o futebol total, voltou ontem a dar uma lição  de como se deve tratar baderneiros que pensam que podem fazer tudo em um estádio. A Justiça holandesa decidiu que o jovem de 20 anos que invadiu o campo para agredir o goleiro Esteban Alvarado, do AZ Alkmaar, em jogo com o Ajax, pela Copa da Holanda, na semana passada, ficará impedido de frequentar qualquer estádio por 30 anos.
A sentença completa a decisão desastrada do rapaz ao deixar a arquibancada e se dirigir ao gramado durante a partida, pois além de apanhar do goleiro adversário, só voltará a ver seu time jogar quando tiver 50 anos...
          Aqui no Brasil invasão é cena corriqueira e ainda há quem aplauda quando alguém consegue driblar a segurança e ingressar no campo de jogo. Não raro temos brigas com mortes entre facções das próprias torcidas e o máximo que acontece é a organizada ser extinta. Algum tempo depois esses marginais se reúnem para formar outro grupo e voltam a frequentar estádios como se nada tivesse ocorrido.
          Ora, por mais dura que possa parecer a decisão da Justiça holandesa, ela representa um alerta àqueles que pensam em gracinhas desse tipo em jogos internacionais que se avizinham, como a Copa do Mundo. Em eventos Fifa a tolerância é zero e o tratamento passa longe de ser carinhoso como se vê em estádios pelo brasileiros...
           Bom final de ano a todos. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Argentina arrasta Mercosul para sua luta inglória contra Inglaterra


          A última reunião da Cúpula do Mercosul, nesta terça-feira em Montevidéu, foi marcada por mais uma tonteria dos presidentes do bloco, que decidiram impedir a presença de barcos com bandeira das Ilhas Malvinas em seus portos. A decisão foi transmitida pelo presidente uruguaio, Jose Mujica, como se fosse um marco para a integração ou sinônimo de defesa dos interesses da região. Não é. É um equívoco sem tamanho, uma bobagem que trará sérios prejuízos em um futuro próximo.
          Explico: a decisão é nefasta sob todos os aspectos, pois chama os demais países para uma briga que não é deles, mas da Argentina com a Inglaterra ou com o Reino Unido, como queiram. A reação em Londres foi imediata. O Ministério das Relações Exteriores classificou como injustificável a medida além de "preocupante".
         Quando os ingleses dizem "preocupante", pode-se saber que vem retaliação à frente. O anúncio destemperado da Cúpula vem em péssimo momento, pois a União Europeia havia decidido retomar as negociações com o Mercosul para a criação de um acordo comercial mais abrangente. Com isso, tudo volta à estaca zero novamente.
         É o custo que o Mercosul terá que pagar para atender os interesses de uma pseudo esquerda que perdeu sua ideologia em algum lugar do passado, mas que tenta mostrar ao mundo que suas bandeiras ainda tremulam, ainda que atemporais e desbotadas pelo tempo...
         Boa semana a todos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Como combater a corrupção? Criando um novo órgão...


               O governo Tarso Genro anunciou a criação de um órgão específico para combater a corrupção no Estado. Tal como diz a propaganda oficial publicada em jornais de grande circulação, o Degecor - Departamento Estadual de Gestão do Conhecimento para Prevenção e Repressão à Corrupção -, terá como tarefa "colaborar com outras instituições no combate a diversos tipos de irregularidades" e integrará a estrutura da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
               A iniciativa foi lançada juntamente com o Pacto Republicano pela Promoção dos Direitos Humanos Fundamentais e Enfrentamento à Corrupção, na sexta-feira passada. O nome é grande, pomposo, bonito, a ideia é elogiável, mas convenhamos, não é preciso criar uma nova estrutura para fazer aquilo que é dever e obrigação de toda administração pública. Com isso, joga-se para a sociedade, aumenta-se a estrutura do Estado, que já é absurda, com resultados ainda incertos.
              No fim, é preciso fazer aquela pergunta básica: e quando for constatado algo no próprio governo, atingindo diretamente a companheirada? A resposta o futuro nos dará em breve, quando saberemos se a nova estrutura tem utilidade ou é apenas mais um órgão "para inglês ver"...
Boa semana a todos.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mensalão, esquecer é um crime


            Neste Brasil cada dia mais amoral, onde os escândalos são parte da rotina, há uma campanha em curso para fazer com que o Mensalão caia no esquecimento ou seja tratado como algo menor. Alguns ainda querem fazer crer que o maior escândalo de nossa história contemporânea sequer existiu. Um escárnio com a verdade e, sobretudo, com as pessoas de bem deste País.
           Delúbio Soares, tesoureiro do PT e um dos arquitetos do esquema que comprava deputados e senadores em troca de apoio no Congresso para o governo Lula, chegou a declarar que o Mensalão ainda iria virar piada de salão, mesmo tendo sido comprovada a distribuição de R$ 60 milhões a parlamentares...
          Esta semana o Supremo Tribunal Federal admitiu que o caso pode ficar sem julgamento, tendo em vista que prescreve em abril de 2012. Era o que faltava para José Dirceu e os 40 ladrões denunciados pelo procurador Geral da República, em 2006, tentarem reescrever a história. Diante disso, cabe à sociedade demonstrar sua inconformidade com esse verdadeiro absurdo que está em curso no País. É o que faço no dia de hoje com este artigo.
          O fato é que Lula descobriu muito cedo que havia pelo menos 300 picaretas no Câmara. Logo que assumiu o governo, escalou José Dirceu para negociar com partidos e parlamentares. Pronto: em poucos meses o chefe da Casa Civil estava comprando o silêncio e a consciência de muita gente. Como nem tudo é perfeito, a turma brigou pelos motivos de sempre: a divisão do butim.
          A investigação na Câmara começou com a denúncia apresentada em um vídeo onde um diretor dos Correios, indicado pelo PTB, aparecia recebendo R$ 10 mil para facilitar a vida de uma empresa prestadora de serviços e que precisava renovar o contrato. Puxado o fio da meada pela CPI dos Correios, logo logo o escândalo bateu à ante-sala de Lula.
Roberto Jefferson mandou Zé Dirceu sair da cadeira rapidinho em uma das mais memoráveis sessões de uma CPI, precipitando a queda do todo poderoso homem do presidente, o cara a quem Lula se referia como “o capitão” do seu time.
         Na sequencia, Dirceu teve os direitos políticos cassados, mas seguiu mandando e operando nas sombras, indicando presidentes de estatais, ministros e sendo voz ativa no PT. Alguns poucos parlamentares renunciaram para não ter o mesmo destino, Lula disse que nada sabia, falou que se sentia traído, bla, bla, bla...E se reelegeu na esteira do crescimento econômico mundial, no qual o Brasil, um dos maiores fornecedores de matéria-prima, surfou na onda da globalização.
        Já que o Congresso estava no colarinho do governo, coube ao procurador da República fazer dele o que se espera: apresentar a denúncia ao STF. Aceita, os envolvidos trataram de usar os muitos artifícios que a lei permite e foram postergando o julgamento até que, bingo, o STF admitiu que não haverá prazo legal para analisar o caso...
        Pois bem: o Mensalão existiu. É um crime esquecê-lo. A Justiça e quem faz as leis deveriam ser os primeiros a saber disso.

Bom final de semana a todos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pará: vitória do bom senso derruba ideia de dididir estado

Plebiscito: população recolocou as coisas no lugar 


Por 66,08%, a idéia maluca de divisão do Pará, com a criação de mais dois Estados – Carajás e Tapajós, foi rejeitada pelos paraenses em plebiscito realizado neste domingo.
Se os deputados que aprovaram na Câmara o referendo não tiveram juízo, o povo restabeleceu a ordem das coisas ao dizer não a tamanho absurdo. Na consulta, os eleitores tiveram que opinar em relação à criação de cada Estado em separado. Se efetivada a criação das novas unidades, o Pará ficaria com 17 por cento do território atual e 64 por cento da população. Tradução, o osso ficaria com o Pará (pequeno território e maior parte da população), enquanto os espertos (novos governadores), aproveitariam o filé (pequena área e baixa população). 
Ora, criar mais estados está longe de ser a solução para resolver os problemas de Saúde, Educação, Transporte, Segurança, entre tantos outros, de uma das mais pobres unidades da Federação. Tudo que iria se conseguir com isso seria ordenar mais despesas com a construção de prédios, estruturas de governo, Legislativo e Judiciário extras. Uma verdadeira farra com o dinheiro público.
O próprio plebiscito já deu uma conta desnecessária e que será paga por todos os brasileiros: custou R$ 19 milhões essa brincadeira de mau gosto.
A tragédia poderia ser pior. Para implantação dos dois estados os custos estimados chegam a R$ 5 bi. Enfim, dos males o menor a partir da voz do povo.
Boa semana a todos.
 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cerveja nos estádios: retrocesso em nome de interesses econômicos

Lei Geral da Copa pode mudar estatuto do torcedor

              Em nome da Copa 2014, está para ser aprovada no Congresso a mudança no Estatuto do Torcedor que permitirá a volta da cerveja aos estádios de futebol. Tanto a Fifa pressionou em favor da Budweiser, patrocinadora oficial do evento, que o governo brasileiro deve acabar cedendo. A medida é um atraso injustificável no combate à violência sob qualquer ponto de vista. Imaginem em dias de jogos, com milhões de visitantes, os problemas decorrentes dessa decisão. Assim, a bebedeira terá apoio oficial durante o maior evento esportivo do planeta, esquecendo-se os problemas que vêm na esteira do consumo da bebida.
            Aliás, está mais do que na hora de se iniciar uma campanha para restringir o uso de álcool, a exemplo do que já se faz com o cigarro. Há uma glamorização perigosa da bebida, em especial a cerveja. Como o técnico da Seleção Brasileira de Futebol ou jogadores do primeiro time fazem apologia e comerciais incentivando o consumo? Quem deveria prezar pela Saúde e dar bons exemplos para milhares de garotos em todo o País que sonham em jogar futebol é o primeiro a se vender por um gordo cachê. Lamentável e incoerente, pois depois esses mesmos meninos e jovens ouvirão que não devem beber, que precisam cuidar do corpo para terem bom desempenho dentro de campo, bla, bla, blá....
            É sabido que o álcool é a porta de entrada para drogas mais pesadas - aliás essa é uma droga extremamente perigosa. A poderosa indústria do álcool tem apoio oficial para se instalar e se expandir, esquecendo-se os malefícios causados especialmente à juventude. O alcoolismo é uma doença social e combatê-lo, alertando para seus riscos, é função primeira de todo governante e cidadão - jamais incentivá-lo. Seja durante a Copa ou não. 
           Bom dia, amigos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cpergs sai da briga menor do que entrou


Protesto na praça: sem apoio popular

            O Cpergs/Sindicato encerrou na sexta-feira a desastrada greve iniciada há 15 dias. Com cerca de 10% das escolas paralisadas, o protesto pela implantação imediata do piso do magistério e a suspensão do projeto que prevê mudanças no plano de carreira da categoria, atualmente em tramitação na Assembleia Legislativa, não surtiu efeito.
            Por mais que a direção do sindicato diga que valeu a pena emparedar o govenador que ajudou a eleger para chamar a atenção do governo e sociedade sobre os problemas dos profissionais em Educação - que são de conhecimento de todos -, o fato é que o Cpergs se diminui ao jogar os professores em uma aventura cujo resultado já era previsto.
           A greve, instrumento legítimo e democrático, perdeu seu sentido quando foi feita restando três semanas para encerrar o calendário escolar no Estado. Pais, educadores e estudantes não comungaram da mesma ideia da direção da entidade, que ficou falando sozinha na Praça da Matriz, em um acampamento improvisado.
           Os dirigentes não levaram em conta o risco contido na velha máxima de que não se deve sair menor do que se entrou em uma briga. Restou o desgaste perante a sociedade e professores, que querem sim melhorias na Educação. Afinal, essa luta é e deve ser de todos, mas não pode ser instrumento político e trampolim para poucos.
           Boa semana a todos.