terça-feira, 29 de novembro de 2011

Decisão exemplar contra a deslealdade

Tribunal corrige duplo erro da arbitragem

            O Tribunal da CBF determinou quatro jogos de suspensão para Bolívar, do Internacional, além de tempo idêntivo à recuperação do lateral Dodô, do Bahia, que rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo após jogada desleal do zagueiro colorado. O jogador deve voltar a jogar somente em maio de 2012.
            O julgamento corrige o duplo erro do árbitro Paulo César de Oliveira. Para ele, foi apenas jogo perigoso, quando o correto seria ter expulsado o capitão do Inter e marcado penalidade máxima a favor do Bahia. PC Oliveira deveria pegar o mesmo gancho, assim como o árbitro assistente que viu tudo e fez vistas grossas no lance.
            Claro que no Brasil do jeitinho ainda cabe recurso e o famoso "efeito suspensivo" deve voltar a falar mais alto, liberando Bolívar de atuar no ano que vem. A decisão deveria ser extendida a outras esferas, por exemplo: quem bebe e causa ferimentos graves em inocentes deveria, além multa pesada, ter a carteira cassada e o carro vendido pelo Estado para pagamento das despesas da vítima, ser impedido de trabalhar durante o tempo em que o acidentado estivesse em recuperação.
            Tenho certeza de que Bolívar vai pensar duas vezes antes de entrar da forma corriqueira como o faz em todos os jogos com a complacência dos árbitros. Ele não é o único, cabe dizer. É prática nas equipes ter um atleta que peite o apitador e adversários como forma de intimidá-los e "impor respeito". Assim como os valentões do trânsito, que confiam na impunidade para seguirem agindo com deslealdade em relação aos demais motoristas, o futebol reproduz nas quatros linhas o que se vê no dia a dia.
            Pelo menos, a medida exemplar do tribunal desportivo vai suscitar a discussão e ascender o sinal vermelho para quem não respeita colegas de profissão e as regras de convivência, seja no campo ou nas ruas da cidade.

            Boa semana a todos.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A hora da verdade para a Zona do Euro

             A Agência Fitch, que classifica o risco de se investir em um País, rebaixou ontem a nota soberana de Portugal.  Os portugueses deixaram o grau BBB- para BB+, o que representa “grau especulativo” na linguagem do mercado.  Para piorar a situação, indicou que pode haver novas baixas em um futuro próximo.
             Tudo isso contribui para aumentar o grau de incerteza em relação ao futuro de Portugal e, por consequência, da União Europeia. Dia 9 de dezembro, a propósito, será uma data decisiva para o Velho Continente, quando acontece nova cúpula do bloco europeu.
           A reunião promete. Alemanha, França e Itália, as maiores economias, anunciaram que vão propor novo tratado na tentativa de estancar a crise e devolver parte da confiança aos mercados mundiais. No pacote estará explícito sanções mais duras para países que descumprirem as regras do bloco.
            O que os líderes querem dizer, especialmente França e Alemanha, é que não há mais como as grandes economias seguirem financiando a ineficiência e a falta de compromisso fiscal de países como Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, sem falar da própria Itália que nos oito anos de gestão de Berlusconi esteve no limite da irresponsabilidade econômica.
           Sem ter como cortar juros e irrigar dinheiro para salvar empresas e vitaminar a economia do continente como feito em 2008, na crise financeira internacional, a Europa corre o risco de se desintegrar enquanto bloco econômico.
           A crise está longe do fim - os próprios europeus reconhecem isso. O FMI e o Banco Central Europeu já falam em “década perdida”, prevendo que o furacão pode se arrastar por muitos anos, com prejuízos incalculáveis para todos. Segurem-se nas cadeiras...
Bom final de semana a todos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fogo amigo, o principal problema tucano


       Diz uma velha máxima da Comunicação que se a gente não consegue criar um fato positivo, que pelo menos não gere notícia ruim. Pois o PSDB segue comentendo esse erro básico e, mesmo com tantos escândalos no governo Federal, a oposição patina e não consegue se viabilizar como alternativa de poder. Os tempos têm sido difíceis, especialmente para o PSDB e o DEM. As duas siglas perderam discurso e filiados para o PSD, o partido de Kassab, recentemente.
       Mas o problema se complica quando o fogo amigo abate em pleno vôo qualquer tentativa de rearticulação nos grandes centros, como em São Paulo, por exemplo. No maior colégio eleitoral do País, o ex-prefeito e ex-governador José Serra deu entrevista afirmando que o melhor para o PSDB seria declarar apoio ao PSD em virtude da falta de viabilidade eleitoral.
       O surto de sinceridade de Serra pegou de surpresa o próprio partido, que reagiu. A direção estadual imediatamente emitiu nota desautorizando-o e afirmando que a candidatura própria é irreverssível, com ou sem densidade eleitoral dos pré-candidatos.
       O episódio apenas denota o racha que existe não apenas em São Paulo, mas na cúpula nacional pelo espólio do que restou da oposição ao PT no Brasil. A sigla segue dividida em muitas alas - FHC, Serra, Aécio, Alckmin, Tasso Jereissati. Como pano de fundo dessa luta fratricida está a eleição presidencial de 2014.  
       Contudo, erra o PSDB em antecipar o debate e erra duplamente ao expor suas mazelas e disputas regionais. Ninguém conseguirá se viabilizar nacionalmente ou agregar novos partidos para compor uma coligação capaz de enfrentar a máquina petista (leia-se de Lula) desarticulado e divivido. Lula enquanto isso vai tratando o câncer sem deixar de criar fatos políticos com a própria doença. E rindo da falta de habilidade da oposição em caminhar unida. Ou pelo menos de boca fechada....

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Magistério empareda Tarso

Governador na expectativa: Cpergs

               Na tarde desta sexta-feira o Centro de Professores do Estado reúne seus núcleos para decidir se fará greve a partir da semana que vem ou não. O indicativo tirado pelas coordenadorias é de que haverá paralisação, mesmo restando pouco mais de um mês para o final do ano letivo.
             Se a posição for ratificada pela assembleia, mais uma vez quem perde são os estudantes que se preparam para fazer vestibular em janeiro, bem como os milhares de alunos e pais que aguardam pelas férias. Sob todos os aspectos, não há justificativa para o magistério agir desta maneira a poucos dias do término do calendário escolar.
              No campo político, a decisão atinge diretamente o governo do Estado, pois o PT sempre afirmou ser possível o pagamento do piso nacional de quase R$ 1,5 mil, mesmo sabendo da combalida situação das finanças gaúchas. Tarso, com isso, vai cada vez mais ficando refém das corporações que ajudaram-no a chegar ao Palácio Piratini.
          Depois da Brigada Militar, Polícia Civil e delegados de Polícia, os professores emparedam o governador. Esse é o resultado de se fazer política a partir do corporativismo. No caso de Tarso, o corporativismo do funcionalismo público sempre fez parte do discurso e do modus operandi petista. No governo, diante da realidade, o governador vai ser obrigado a optar entre governar para a maioria ou atender as corporações. Até porque os recursos são escassos e não há espaço para seguir falando de falta de vontade política para atender a tantos problemas que batem à porta do palácio diariamente...
               Bom final de semana a todos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A falta de renovação e seus reflexos - na Política e na Cultura



           Todo dia ouve-se notícias de que determinada emissora ou estúdio vai refilmar um novela ou filme de sucesso do passado. Hoje foi a vez de a Rede Globo anunciar que irá reeditar "Guerra dos Sexos", telenovela de destaque nos anos 80. A falta de criatividade é algo gritante em todos os setores, mas tem se manifestado mais fortemente nos últimos anos.
           Acredito que isso ocorra em virtude da falta de renovação em diferentes áreas, inclusive na Cultura. Bandas também se especializaram em relançar antigos sucessos, reeditando velhos álbuns que agora fazem parte do dia a dia de muitos jovens. Sem falar em muitos artistas que, na falta de material novo, decide "prestar uma homenagem" a outro cantor/cantora e regrava sucessos alheios...
           Se formos pensar, na hora de ouvirmos música, não raro as opções recaem sobre canções dos anos 60, 70 e 80, da época que ainda se fazia sucesso com guitarra, bateria e contra-baixo. Rádios como a Antena 1 passaram a ter um público cada vez maior e mais fiel justamente por tocar exclusivamente músicas destes períodos, criando uma verdadeira legião de fãs de diferentes idades.
           Na política, a falta de renovação é mais gritante em períodos eleitorais. As nominatas de candidatos se repetem, tendo como única diferença em relação ao pleito passado as constantes mudanças de partidos de parte da classe política. Esse é um problema sério, pois cada vez mais as opções vão ficando restritas a velhos nomes. Se não quisermos continuar votando nos mesmos candidatos sempre é preciso participar, não tem jeito. Do contrário, vamos continuar "dançando" sempre a mesma música...
          Boa quarta-feira a todos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Emendas parlamentares sobem para R$ 15 milhões. Quem ganha?

 
A farra continua em Brasília, nossa Disney

         A Câmara Federal aprovou ontem aumento de R$ 12 milhões para R$ 15 milhões nas emendas parlamentares. Isso significa dizer que, em quatro anos, cada deputado ou senador terá direito a apresentar emendas que totalizam R$ 60 milhões ao Orçamento Geral da União. Líderes partidários e políticos com grande influência liberam mais de R$ 100 milhões, fácil, fácil.
         Claro que a liberação desses recursos fica condicionada à boa vontade do governo. Neste caso, leia-se, ao compromisso com o governo. Se o deputado faz parte da base e vota de acordo com a cartilha, consegue liberar quase que a totalidade desse valor.Se integrar a oposição (onde está a oposição, a propósito??), fica quase impossível ganhar um copo de água para suas comunidades.
            A emenda é um instrumento criado para fidelizar o parlamentar, mantê-lo a cabestro, ao bel prazer de quem estiver no Palácio do Planalto, não importando o partido. Assim, convicções e ideologias são jogadas no lixo já no primeiro ano de mandato, pois a esmagadora maioria dos políticos simplesmente não consegue viver sem indicar alguém para um cargo ou sem dinheiro para obras em suas bases eleitorais. Com efeito, a emenda é a porta escancarada à corrupção.
         Desnecessário dizer que parcela significativa dos parlamentares em Brasília vende suas emendas ou condiciona o benefício a determinado fornecedor. Funciona assim: o sujeito destina a emenda para compra de uma patrulha agrícola, por exemplo, mas ao mesmo tempo indica ao prefeito de quem ele deve comprar.  Com isso, leva um percentual da venda futura. Nem todos os deputados e senadores atuam desta maneira (há gente honesta no Congresso, acredite!!). Entretanto, até os canteiros de Brasília sabem desse fato e todos conhecem histórias semelhantes para contar. O assunto é pauta seguida dos jornais e revista do centro do País. 
          Para não dizer que isso só ocorre na Capital Federal, há poucos dias a mídia deu amplo destaque para o caso envolvendo as emendas de deputados estaduais de São Paulo, onde a prática é parte da rotina de muitos gabinetes, nas emendas ao orçamento estadual.
       O que quero dizer é que sou totalmente contra parlamentares terem direito a emendas. Deputado e senador são eleitos para legislar e fiscalizar, não mexer com dinheiro do orçamento. Ao destinar mais recursos para as emendas - R$ 15 milhões!!! - abre-se a oportunidade para que mais desvios ocorram.              
         Talvez uma ou outra cidade seja beneficiada, mas se um deputado quisesse realmente ajudar todos os municípios brasileiros apresentaria uma emenda à Constituição fazendo a repartilha do bolo tributário. Na Alemanha, por exemplo, 40% dos tributos gerados pela população ficam na própria comunidade. No Brasil, esse índice não chega a R$ 13%. Isso faz com que prefeitos façam uma verdadeira peregrinação por Brasília, indo de gabinete em gabinete, pedindo penico para ministro e parlamentar ajudá-lo a conseguir verba para projetos de suas administrações.
          Com isso, seguimos o velho roteiro: prefeito se compromete com deputado, que se compromete com o governo...Perde a democracia, perde o País. Perdemos todos nós. Mas alguém ganha...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Traídos pelo microfone...e a indiscrição....

Trapalhada presidencial na reunião do G-20

                As notícias internacionais de ontem foram pródigas para quem pretende aprender com o erro alheio, especialmente nas áreas política e de comunicação. A primeira delas, divulgada logo no início da manhã, causou constrangimento na diplomacia dos Estados Unidos e França.
                A saia justa foi patrocinada pelos presidentes Barack Obama e Nicolas Sarkozy durante a reunião do G-20, em Cannes, na última semana. Em uma sala reservada, pensando estar desligado o sistema de comunicação, o norte-americano pedia explicações a Sarkozy pelo seu voto a favor da integração da Palestina na UNESCO, na semana anterior.  Foi quando o chefe de Estado francês se referiu ao primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu:
                 - “Estou farto dele, é um mentiroso”, disparou Sarkozy. Obama emendou: 
                 - “Tu estás farto dele, mas eu tenho de o aturar todos os dias”.
                A inconfidência foi traduzida simultaneamente pelo sistema de comunicação do governo francês e ouvida por diversos jornalistas que estavam na sala, apesar de o serviço de tradução da França ter pedido para que os aparelhos só fossem utilizados quando autorizados pela organização do evento.
                 Neste momento entrou a turma do "deixa-disso" e tentou-se uma medida desesperada para que o assunto não vazasse: um acordo com os jornalistas para que a conversa privada ficasse naquele ambiente...
                Não posso acreditar que os governos mais organizados do mundo, com profissionais experientes e preparados nas mais diversas áreas, tenham acreditado que a história pudesse ser mantida em segredo. O pseudo-acordo durou cinco dias, até que ontem um site francês revelou o episódio. Restou aprender com a saia-justa de que não existe acordo para um assunto desta magnitude e repercussão. Segredo em uma pauta relevante como essa - onde dois dos principais líderes do mundo expressam de viva voz sua opinião sobre o principal parceiro do Ocidente no Oriente Médio - é ficção.
                Por fim, restou a lição para todos que: 1. não se pode falar tudo que se pensa em uma conferência, especialmente sem checar se os microfones estão abertos. 2. Segredo só existe se for contado de uma pessoa para outra e se uma delas morrer...

BERLUSCONI E SUAS ANOTAÇÕES
                O dia ainda reservava mais à política internacional com a votação da permanência ou não de Sílvio Berlusconi como primeiro ministro da Itália. Sacudido por sucessivos escândalos - sexuais e de corrupção -, o magnata da comunicação caiu por 308 votos, oito a mais que garantiram o voto de desconfiança do Parlamento italiano.
                Irritado e prevendo a queda eminente, o dono e presidente do Milan começou a rabiscar em um papel seus pensamentos. As câmeras de TV´s, muitas delas transmitindo ao vivo a votação, captaram o destempero do premiê. Nas anotações, lia-se: 
- "Tome nota" e, entre parênteses, "apresente a demissão".
                Na primeira delas, o primeiro-ministro aponta "308 (8 traidores)", enquanto mais abaixo é possíver ler as frases "reviravolta política" e "tome nota, apresente a demissão". No final do texto de Berlusconi, aparece escrito "presidente da República" e "uma solução". Mais tarde, sua assessoria redigiria uma nota onde Sílvio Berlusconi confirmava seu afastamento.
                A Itália ficará melhor sem ele, não tenho dúvidas. Berlusconi já não tinha mais moral ou capital político para enfrentar uma crise que pode arrastar toda a Europa e causar nova convulsão econômica no mundo. Mas, convenhamos, poderia ter saído de outra forma e de forma mais elegante...

Câmeras flagram pensamentos escritos de Berlusconi

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A herança maldita de Dilma

Posse: ministério como legado

                 Dilma virou presidente sem nunca querer ter sido presidente. Sabia desde o início que era o "pré-sal" do PT depois de tantas denúncias de corrupção no governo Lula e a queda de ministros que postulavam o cargo muito antes do que ela, como José Dirceu e Antônio Palocci, fundadores e petistas de carteirinha.
                Nos anos 90, ela desembarcou na sigla juntamente com um grupo de trabalhistas gaúchos que abandonaram o PDT após o rompimento da aliança no governo de Olívio Dutra. Preferiu o cargo e seus projetos. Nada contra, afinal, a vida é feita de escolhas. E eis que, em meio ao turbilhão de Brasília, "a mãe do PAC" (mesmo que nem 30% das obras tenham sido realizadas...) surge como o nome ungido por Lula para sucedê-lo, apesar das tentações de um terceiro mandato. Com a máquina de propaganda a todo vapor e surfando na popularidade do então presidente, Dilma, que nunca sequer havia sido vereadora, chegou à Presidência.
               Como nem tudo é perfeito, teve que aceitar um vice imposto pelo sócio de governo, o PMDB: Michel Temer. Pra completar o quadro da dor, herdou o ministério de Lula. Desde sua posse, não há uma única semana que seu governo não seja bombardeado por denúncias de corrupção nas mais diferentes áreas, envolvendo ministros da Casa Civil (o coração do governo), Transportes, Agricultura, Cidades, Esportes e, mais recentemente, Trabalho e Emprego. 
                É a herança maldita que Dilma recebeu; o filho indesejado que coube à presidente embalar. Para 2012, promete uma reforma ministerial com nomes escolhidos por ela, com perfil mais técnico e menos político. Não será fácil convencer o Congresso e os partidos que lhe dão sustentação no Legislativo. Todos querem seu quinhão e com um político à frente dos ministérios, a conversa é sempre mais palatável.
                Desvincular-se da criatura é apenas uma das tantas tarefas que esperam por Dilma para que seu governo não se arraste pelos próximos três anos. Combater a corrupção que surrupia R$ 85 bilhões por ano; diminuir a máquina do Estado, onde cerca de 120 milhões de brasileiros vivem diretamente dos repasses nos três níveis de governo (Federal, Estadual e Municipal); reduzir uma carga tributária que consome 40% da riqueza do País; e simplificar uma legislação tributária confusa e injusta com mais de 50 impostos e contribuições deveriam ser o foco de sua gestão. Infelizmente, a herança maldita não permite a presidente gastar seu tempo com isso, mas sim, cobrar explicações de seus principais auxiliares semanalmente.
                 Boa semana a todos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A polenta passou do ponto...Mas quem liga??

Alegria das crianças compensa a polenta mole

               Final de semana chegando e lá vamos nós de novo pra Lomba Grande. A festa já está preparada: amanhã, Riozinho, trabalho e ala minuta - a melhor do Rio Grande. Depois, à noite, churrasco no Torto preparado por mestre Vanir de Mattos. Se der, dr. João Antônio dá o ar da graça, quem sabe o presidente Mário Feller não aparece também?
              Independentemente dos compromissos dos amigos, o certo é que a alegria da Marina e do Nicollas está garantida, seja no trailer, seja em casa. São dias maravilhosos, quando Deus nos permite viver a beleza do que há de mais simples.
               No último final de semana foi assim: polenta mole, bastante carne, bigode de fanta pra completar. Dr. Vanir com cara de desmaiado depois de enfrentar a máquina de cortar grama durante toda a manhã e agradecendo que a polenta virou uma papa, pois a garganta já tinha dado os doces...
               Bom final de semana a todos.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quando os justos pagam pelos pecadores...

Santa Cruz do Sul: sem repasse em novembro

          Desde que o mundo é mundo, justos pagam pelos erros dos pecadores. A roubalheira institucionalizada no Ministério do Esporte acabou por prejudicar centenas de entidades filantrópicas que realizam trabalham social de inestimável relevância para o País.
          Explico: a presidente Dilma decidiu suspender por 30 dias todos os convênios com ONG´s e entidades a fim de realizar um pente fino nos contratos. A medida é louvável, mas poderia ter sido criado um critério técnico ou social para separar o joio do trigo ou, se preferirem, os justos dos pecadores. 
          Ao tomar essa decisão, o governo colocou no mesmo balaio os hospitais, por exemplo. Com isso, centenas de casas de saúde que contavam com o repasse de recursos públicos para a compra de equipamentos ou simplesmente fechar as contas, não receberão este mês. O impacto social desta decisão é inestimável. O Hospital de Santa Cruz do Sul, referência para todo o Vale do Rio Pardo, ficará sem o R$ 1,5 milhão conveniado para pagar os equipamentos que já estavam encomendados.
         Enquanto isso, pipocam casos e mais casos de malversação do dinheiro público nas mais diferentes áreas. A última envolve a União Nacional dos Estudantes. A UNE, cuja história de lutas ficou para trás com o adesismo ao governo, recebeu R$ 30 milhões em 2010 para construção da casa do estudante no Rio, em 2010. O então presidente Lula participou do ato de lançamento da pedra fundamental ao lado do governador Sérgio Cabral. Mas, até agora, apesar da montanha de dinheiro ter sido liberada, a casa não saiu da pedra fundamental...
         É demais, é um deboche e uma bofetada no brasileiro a cada dia o descalabro da corrupção no Brasil. A Veja da última semana traz um dado aterrador: a roubalheira é responsável pelo desvio de R$ 82 bilhões ao ano ou 2,3% do PIB.

Confira um trecho da matéria:
        Nos últimos dez anos, segundo estimativas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foram desviados dos cofres brasileiros R$ 720 bilhões. No mesmo período, a Controladoria-Geral da União fez auditorias em 15.000 contratos da União com estados, municípios e ONGs, tendo encontrado irregularidades em 80% deles. Nesses contratos, a CGU flagrou desvios de R$ 7 bilhões - ou seja, a cada R$ 100 roubados, apenas R$ l é descoberto.
       Desses R$ 7 bilhões, o governo conseguiu recuperar pouco mais de R$ 500 milhões, o que equivale a 7 centavos revistos para cada R$ 100 reais roubados. Uma pedra de gelo na ponta de um iceberg. Com o dinheiro que escoa a cada ano para a corrupção, que corresponde a 2,3% de todas as riquezas produzidas no país, seria possível erradicar a miséria, elevar a renda per capita em R$ 443 reais e reduzir a taxa de juros.
(…)
       As principais causas da corrupção são velhas conhecidas: instituições frágeis, hipertrofia do estado, burocracia e impunidade. O governo federal emprega 90.000 pessoas em cargos de confiança. Nos Estados Unidos, há 9.051. Na Grã-Bretanha, cerca de 300. “Isso faz com que os servidores trabalhem para partidos, e não para o povo, prejudicando severamente a eficiência do estado”, diz Cláudio Weber Abramo, diretor da Transparência Brasil.

       Há no Brasil 120 milhões de pessoas vivendo exclusivamente de vencimentos recebidos da União, estados ou municípios. A legislação tributária mais injusta e confusa do mundo é o fertilizante que faz brotar uma rede de corruptos em órgãos como a Receita Federal e o INSS. A impunidade reina nos crimes contra a administração pública. Uma análise de processos por corrupção feita pela CGU mostrou que a probabilidade de um funcionário corrupto ser condenado é de menos de 5%. A possibilidade de cumprir pena de prisão é quase zero. A máquina burocrática cresce mais do que o PIB, asfixiando a livre-iniciativa. A corrupção se disfarça de desperdício e se reproduz nos labirintos da burocracia e nas insondáveis trilhas da selva tributária brasileira.
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É ou não é para se indignar? 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O nascimento de um mito

Lula não sai de cena, mesmo no hospital

                  Lula já faz parte da história do Brasil por muitos motivos. É um fenômeno, sob todos os aspectos, inegavelmente. Como ninguém, sabe como conversar ao pé do ouvido das massas, entrar no imaginário popular, dominar corações e mentes. Juntamente com Getúlio Vargas, figura entre os presidentes que mais souberam se comunicar com o povo, usando todas as ferramentas disponíveis em seu tempo com total maestria. Deixou a Presidência mas continua presente na vida do País e de todos os brasileiros. Não há como esquecê-lo, pois parece nunca ter largado a faixa presidencial.
                  O anúncio de um câncer linfático, no último sábado, trouxe-o novamente para o noticiário nacional e internacional. Ele próprio fez questão de que fosse feito um comunicado, a fim de evitar especulações e para que as pessoas pudessem acompanhar seu tratamento. Pronto. Lá se foi a crise para o espaço. Denúncias de corrupção perderam fôlego, enquanto o Brasil acompanha a luta de seu líder contra o câncer.
                  Todos os noticiários dão amplos espaços para a batalha do ex-presidente. O Instituto Cidadania, de Lula, também fez sua parte. Ontem divulgou uma foto emblemática, cuidadosamente elaborada e pensada pela equipe de Comunicação: um Lula sorridente aparece com um esparadrapo no pescoço, enquanto a presidente Dilma conforta-o juntamente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em seu leito de hospital (não, não é pelo SUS, apesar de em 2006 Lula ter dito que a Saúde pública caminhava para a perfeição).
                  Com isso, Lula avança para um novo estágio - o de mito. A construção já está em curso e vai seguir até 2014, quando ele decidirá se Dilma concorre a um novo mandato ou se o próprio disputará a Presidência novamente. Disposição ele tem muita e a presidente sabe que cumpre seu papel de militante resignada. Afinal, quem dá as cartas é Lula. Os planos só darão errado se sua saúde piorar efetivamente ou se a economia afundar. Do contrário, é Lula lá...