quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jobim e as confissões de um adolescente


Pedindo pra sair: Nelson Jobim

           O ministro da Defesa protagonizou ontem mais uma daquelas cenas impagáveis na política ao afirmar em entrevista que votara em José Serra e não na presidente Dilma, que é quem lhe garante o emprego.
            Não foi a primeira vez que Nelson Jobim aprontou dessas: durante as comemorações dos 80 anos de Fernando Henrique Cardoso, em Brasília, afirmou que “os idiotas perderam a modéstia”. Junto ao governo, a interpretação foi de uma crítica à administração Dilma e os petistas sindicalistas que agora ocupam cargos de destaque na República.
            Mesmo que as declarações tivessem partido de um assessor inexperiente, não se justificariam, pois Jobim cometeu o pecado da inconfidência ao dizer que não votara no PT, mas sim no PSDB, principal adversário petista na esfera federal. O que se despreende do comportamento suicida do ministro é que ele trabalha deliberadamente para deixar o governo. Ao cutucar tão seguidamente o alto comando petista, fazendo verdadeiras confissões de adolescente, está assinando sua saída a qualquer momento da esplanada dos ministérios.
           A política costuma ser madastra com quem não segue certos ritos. E Jobim tem pisoteado muitos desses ritos nos últimos tempos. Parece que perdeu a modéstia, como os idiotas que ele tanto critica.
            Boa quinta-feira a todos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Porto Alegre cria secretaria para atender os animais. E para cuidar das crianças??

Fortunati: mais cargos de confiança

           Com toda a pompa, a prefeitura de Porto Alegre instalou ontem a Secretaria Especial dos Direitos Animais. a famosa Seda. Com ela, foram criados 21 cargos, sete deles de confiança, além de toda a estrutura necessária e orçamento próprio para seu funcionamento. Um desperdício, um verdadeiro deboche com o dinheiro público quando tudo poderia ser resolvido com a criação de um departamento dentro da Secretaria de Meio Ambiente, por exemplo.
           Amo os animais, mas convenhamos, a cidade tem outras prioridades e a criação de uma grande e dispendiosa estrutura não parece ser o caminho mais adequado para tratar a questão. Quem quer atender e se preocupar com os animais faz disso uma política pública e não tão somente mais um espaço para os apaniguados e a base "aninhada".
           Está na hora de nossos governantes olharem mais para a questão das drogas que assola crianças e jovens, por exemplo. Em frente ao Paço Municipal, à luz do dia, na rodoviária e em boa parte das ruas da Capital, verdadeiros zumbis caminham pelas vias sem qualquer assistência. No entanto, a grande preocupação parece ser com os animais.
           Boa terça-feira a todos.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Clube dos 27: talento 10, estrutura pessoal zero

Amy Winehouse: tragédia anunciada

Amy Winehouse colocou seu nome na lista do Clube dos 27 neste final de semana, aquele seleto grupo de artistas onde sobra talento mas falta estrutura pessoal para tocar a vida e aproveitar o dom divino. A cantora inglesa que parecia brincar com a voz era o retrato acabado de alguém pedindo socorro em praça pública, ou melhor, no palco.
Nos últimos tempos, Amy esquecia as letras, desafinava, caía na frente do público. Sua via crucius incluía  tentativas de retomar a vida após incontáveis internações. No final, o enredo conhecido culminou com seu fim no auge da carreira. Ela viveu o que cantou: uma vida desregrada, amores frustrados e a esperança de recomeçar a cada canção. Uma pena.
Amy é a prova acabada de que só talento é pouco para vencer neste mundo louco que criamos e teimamos em chamar de sociedade. Nestes tempos modernos, equilíbrio pessoal conta tanto quanto ser criativo ou até mesmo genial, como era seu caso. Do contrário, a genialidade se torna um problema em uma performanc onde o artista quer mais do que reconhecimento – busca salvar-se de si mesmo.  

quinta-feira, 21 de julho de 2011

PSD de Kassab se superou: fraude antes mesmo de o partido existir

             
             O PSD, o novo partido fundado por Gilberto Kassab, comprova a máxima de José Simão: o Brasil é o País da piada pronta. Antes mesmo de ser homologado pelo TSE, a sigla foi pega em fraude primária - forjar assinaturas para conseguir o registro junto à Justiça Eleitoral.
             Como são necessárias 500 mil assinaturas para apresentar o registro, o PSD pensou que poderia dar "um jeitinho" e colocou filiados a assinarem com a mesma caneta dezenas de fichas. Resultado: perícia técnica comprovou o erro grotesco em vários estados, como São Paulo, Santa Catarina e Amazonas.
             O que se pode esperar de um partido se antes mesmo de sua homologação seus líderes estimulam filiados à fraude? Mais: o que esse pessoal poderá fazer no poder? Ôpa: Kassab é o prefeito de São Paulo, o terceiro maior orçamento do País. Pelo menos em um aspecto o mandatário paulistano acertou. Conforme suas palavras, o PSD não é de direita nem de esquerda: é sem noção mesmo! Ou Partido Sem Direção, se preferirem...
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            Pra completar: uma das manchetes da Folha de S. Paulo de hoje: "Dilma está brincando com fogo", diz líder do PR. Pobre Brasil....Se cobrir vira circo, se cercar, vira hospício...
Boa quinta-feira a todos!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O dilema de Dilma: dedetizar a casa ou espantar as baratas....


             
             O Ministério dos Transportes vive dias de turbulência diante das denúncias diárias de novos e mais graves escândalos na pasta. Nada que tenha sido produzido por denúncia dos órgãos competentes, a não ser a Imprensa, hoje no papel de oposição diante dos ouvidos moucos de quem deveria fazer o contraponto ao governo.
              Mas a questão não é essa. O fato é que até ontem 12 servidores haviam sido exonerados e a faxina só tende a aumentar. Neste turbilhão, Dilma vive um dilema:dedetizar a casa ou espantar as baratas...
A presidente sabe que o certo seria fazer terra arrasada, começar de novo, ir além da foto com o dedo em riste para a grande mídia, enfim, realizar uma limpeza que fosse além da perfumaria. No entanto, como boa militante que é, Dilma também sabe que pode avançar até determinado ponto em nome da tal “governabilidade”.
               Seu governo é uma extensão da administração passada e a herança de Lula vai muito além dos votos. Uma dúvida: por que nestes oito anos em que Alfredo Nascimento esteve à frente do ministério, com esses mesmos funcionários demitidos agora, nada disso foi descoberto pela mãe do PAC, apesar dos constantes aditivos aos contratos para as obras?
               Os exemplos são tantos, mas para citar apenas um: a Rodovia do Parque (BR-448), aqui no Rio Grande do Sul. Seu custo inicial era de R$ 400 milhões. Em poucos meses subiu para R$ 650 milhões e, no seu lançamento, com a presença de Lula, Dilma, Alfredo Nascimento e toda a base "aninhada" já estava em R$ 850 mi. No final, vai passar de R$ 1 bi. Não precisa ser gênio para descobrir que algo está errado - ou os projetos têm sido mal feitos pelo Dnit ou há superfaturamento nos preços. Qual será a alternativa correta?
               Boa quarta-feira a todos, e que Dilma decida-se por dedetizar a casa. Para bem do Brasil.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A política de definir os adversários e piorá-los para neutralizá-los

            

            Não se faz política sem definir os adversários, sem piorá-los ao ponto de poder neutralizá-los. Uma das mais antigas regras da política, vira arte nas mãos do PT desde sua fundação. Nesta segunda-feira, novamente o governo Tarso colocou-a em prática ao anunciar que em 2011 o déficit do Estado caíra 40% em relação a previsão feita no início do ano por sua gestão.
            O rombo das contas públicas, que a previsão inicial estimava em R$ 750 milhões, caiu para R$ 450 milhões seis meses depois e não vai ser surpresa se chegar a zero até o final do ano, com o governador marcando uma grande solenidade para anunciar o equilíbrio das finanças estaduais.
            Nesse intervalo de tempo, já sobrou desgaste para o PSDB e a ex-governadora Yeda, já que ela tentou mostrar o déficit zero como a grande marca de sua gestão. Ou seja, a intenção é desconstruir a imagem do adversário, piorá-lo petante à opinião pública e, consequentemente, neutralizá-lo. Ah, tomar a bandeira do adversário também é outra façanha na política. O déficit zero parece ser agora a nova obsessão do PT depois do Bolsa Escola, de FHC, ter virado a Bolsa Família de Lula.
            Boa semana a todos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Júlio Redecker, quatro anos de saudades do líder além das urnas

Líder da Minoria, líder além das urnas: Redecker

           Domingo faz quatro anos que ele partiu de maneira estúpida e inesperada. Sua morte não apaga sua obra, e Júlio César Redecker continua sendo um símbolo para a política do Rio Grande do Sul e do Brasil.
           Líder da Minoria, no auge de sua carreira, teve a vida ceifada pela incompetência do governo Lula em administrar os aeroportos no Brasil. O caos aéreo culminou com a morte de 199 passageiros do vôo da TAM, naquela fatídica tarde de 17 de julho de 2007, em Congonhas. Antes, 150 pessoas haviam perdido a vida na queda de um vôo da Gol. Júlio morreu tentando alertar o governo de que a tragédia poderia se repetir sem saber que poderia também ser uma vítima do descaso das autoridades aeroportuárias. Uma lástima.
         Tive a honra e a alegria de servi-lo durante nove anos. Mais do que um trabalho, era um privilégio estar a seu lado. Cada dia era uma aula; cada roteiro era uma oportunidade a mais de aprender sobre a vida e a política. Com seu jeito peculiar, era capaz de encantar do patrão ao empregado, cativar pelo coração e as palavras, mas sobretudo pelo exemplo.
         No momento em que o País vê sua classe política dar maus exemplos, com minisitros caindo a cada mês, Redecker segue sendo uma referência pois era, justamente, um líder além das urnas. Quem o conhecia na intimidade deixava de ser amigo e empregado e passava a ser seguidor. É algo difícil de explicar, tamanha a grandeza de sua obra e carisma.
          Bom final de semana a todos.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Campanha eleitoral custa caro. Aqui ou nos EUA....

Obama: US$ 86 mi arrecadados em três meses

            A 18 meses da eleição para a Presidência dos Estados Unidos, a campanha para a reeleição do presidente Barack Obama já arrecadou pela Internet US$ 86 milhões. A cifra milionária refere-se apenas aos meses de abril, maio e junho, o que supõe imaginar que os trimestres mais próximos do pleito serão ainda melhores em termos de arrecadação. No total, a campanha já conta com 552.462 doadores, numa média de US$ 69,00 por doador.  
           O dado revela o que se sabe há muito tempo, desde a profissionalização da política: campanha eleitoral é algo muito caro, especialmente para cargos ao Executivo. No Brasil, o preço de uma candidatura viável a prefeito em uma cidade com 150 mil habitantes não baixa de R$ 1,5 milhão. Uma fortuna para três meses de pleito, mas que é necessária para fazer frente a todas as despesas de uma eleição.
           Para vereador, o valor também é alto. No mesmo exemplo acima, um candidato precisa disponibilizar entre R$ 60 mil e R$ 80 mil para pagar cabos eleitorais, anúncios de jornal, confecionar placas, adesivos, banners, santinhos, gasolina, eventos e despesas extras, especialmente na reta final da campanha. Para não gastar esse valor, ele necessariamente terá que vir de um movimento popular ou ser um comunicador conhecido da grande massa, pois os valores citados são decisivos para apresentar a candidatura ao eleitor.
           Entretanto, dinheiro é importante, mas não é tudo. A candidatura se torna viável quando o candidato tem serviço prestado à comunidade e é conhecido de uma parcela do eleitorado. Neste caso, o recurso se torna parte da campanha e não o centro da campanha, como se vê muitas vezes. Enfim, em qualquer caso é uma atividade de risco e, portanto, podendo ser bem sucedida ou fracassar sem o apoio popular.
          


terça-feira, 12 de julho de 2011

Ulbra: crise de imagem com nova denúncia



           A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) anunciou ontem que instaurou processo administrativo para investigar as denúncias contra os cursos de Ensino à Distância (EAD). Nem bem havia se recuperado dos desmandos e da administração desastrosa de seu ex-reitor, a Ulbra se vê enrolada em novo problema, o que mina ainda mais sua credibilidade junto ao mercado.
           A nova denúncia aponta que as provas dissertivas dos cursos à distância sequer eram corrigidas, tamanha a fragilidade do controle interno nas graduações. O que acontece com a universidade é o que se convencionou chamar em Comunicação de crise de imagem.
           Nada pode ser mais mortal para empresas, instituições e pessoas do que uma crise dessa ordem, pois comprova a máxima de que não somos o que somos, mas o que os outros pensam que somos. Neste caso, o primeiro passo é admitir o problema, reconhecer eventuais falhas e demonstrar para a sociedade que a direção está empenhada em acertar e aprender com seus erros. Mascarar o problema é o pior dos cenários, pois em breve ele estará batento à porta à espera de uma solução definitiva.
           Enquanto isso, corpo docente, alunos e funcionários da Ulbra torcem para que a universidade possa se recuperar o mais breve possível, já que o mercado não costuma perdoar erros rotineiros e graves na gestão de processos, ainda mais na área de Educação.
           Boa terça-feira, amigos. 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Depoimento explosivo daquele que pode ser o novo homem bomba da República

Luiz Antonio Pagot, diretor do DNIT: férias forçadas

               Está marcado para amanhã, no Senado, o depoimento de Luiz Antonio Pagot, diretor do Diretor do Departamento Nacional de Infra-Estrutura (Dnit) do Ministério dos Transportes. Afastado juntamente com outros três assessores diretos do ex-ministro Alfredo Nascimento, Pagot se negou a deixar a pasta, mesmo com a demissão assinada pela presidente Dilma Roussef.
              Gaúcho de Veranópolis radicado em Mato Grosso há muitos anos, Pagot saiu atirando e disse que sempre agiu com o conhecimento dos caciques políticos, inclusive para pagar despesas de campaha de Lula e Dilma. Resultado da artilharia inicial, o diretor do Dnit foi colocado em férias pela presidente do cargo que ocupa desde 2007.
               Em Mato Grosso, Pagot foi sócio da empresa Hermasa Navegação da Amazônia e secretário de Blairo Maggi, quando este foi governador do Estado. E quem foi cotado para ser o novo ministro dos Transportes? Blairo Maggi...do mesmo PR acusado de superfaturar contratos em troca de propina, especialmente do Dnit, cujo orçamento anual é de R$ 17 bilhões.
               Por tudo isso, a semana promete ser quente em Brasília. Novos e mais graves fatos podem ser revelados, especialmente por alguém magoado e que sofreu tentativa de abandono na estrada por quem antes era seu parceiro. Luiz Antonio Pagot pode ser o novo homem bomba da República, pois tem muito a contar, se quiser falar. É de se esperar os desdobramentos, mas a história toda só confirma um velho bordão da política: a briga sempre ocorre na quadrilha no momento de dividir o butim. Até então, todo mundo de bico fechado e assaltando a viúva (os cofres públicos) à luz do dia.
               Boa semana a todos.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Queda anunciada...E maioria no Congreso para fazer o quê??


Maioria garantida: e as reformas que não andam?

             Alfredo Nascimento pediu pada sair antes de ser defenestrado do Ministério dos Transportes. A queda anunciada do ministro após a chuva de denúncias colocou-o fora da Esplanada. Dilma agora divide-se em uma escolha técnica (nomear Paulo Sérgio Passos, secretário executivo da pasta) ou política (nomear o senador Blairo Maggi). No último caso, a pasta permaneceria com o PR, que tem cinco senadores e coordena um bloco de pequenos partidos na Câmara com outros 65 deputados.
             Na soma de todos os partidos que apoiam a presidente, Dilma conta com 388 deputados e 63 senadores no Congresso. Nunca antes na história desse País um  presidente contou com uma base aliada (ou seria base aninhada??) tão esmagadora, deixando a oposição com apenas 125 cadeiras - nem mesmo na Venezuela essa diferença é tão grande.
             Mas aí vem a pergunta que não quer calar: maioria para fazer o quê? Apenas garantir que o governo não tenha problemas no Congresso com CPI´s ou para fazer as reformas que o Brasil quer e precisa? Qual o custo para a Nação ao se lotear o governo em troca de apoio político sem fazer o País avançar como poderia? Enquanto isso, as reformas política, tributária, previdenciária e trabalhista, para ficar em apenas quatro delas, seguem engavetadas ao mesmo tempo em que se avolumam casos de denúncia de corrupção em diferentes ministérios.
             Enquanto continuarmos dando às costas à política e nos preocupando em saber como está nosso time no Brasileirão ou com a novela das 8, essa situação continuará. Afinal, político e feijão, como diz o velho ditado, só na pressão...
             Boa quinta-feira a todos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

À espera do bilhete azul

Nascimento, em foto da Folha Imagem

É consenso em Brasília que a situação do ministro Alfredo Nascimento, do PR, após as denúncias de Veja, na última semana, é insustentável.
Nascimento se viu obrigado a assinar a exoneração de três auxiliares próximos, inclusive a de seu chefe de gabinete, para tentar manter longe de si o mal estar causado pela publicação de que sua pasta cobrava comissão em obras pelo País.
Enquanto isso, os “parceiros” já estão de olho no cargo, e tratam a saída de Nascimento como algo consumado. Os atores principais da coligação, PMDB e PT, já movimentam as peças para garantir seu quinhão tão logo a presidente Dilma anuncie a decisão final.
Mais uma vez, diante de tantas denúncias e vários indícios de irregularidades, o máximo que acontece para um figurão no Brasil é perder o cargo. Como prêmio, Nascimento retornará para o Senado, cumprindo um mandato de oito anos, sem ser molestado, com todas as mordomias.
No Japão, se alguém é pego pilhando o dinheiro público ou privado, comete suicídio. Aqui, o sujeito morre de rir. Tiririca está no lugar certo....

terça-feira, 5 de julho de 2011

Dinheiro público para financiar fusão "Carreçúcar"?? Por quê??


             É descabida e totalmente sem sentido a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) numa fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil. O banco pode investir até R$ 4,5 bilhões no negócio por meio do BNDESPar, braço de investimentos em empresas do banco de fomento estatal.
            Nada justifica o uso de dinheiro público para apoiar uma fusão, seja de que empresa ou grupo for. Diariamente chegam notícias de empreendimentos fechando por dificuldades em conseguir capital de giro, ao mesmo tempo em que uma instituição pública ventila a possibilidade de colocar dinheiro em uma mega fusão, a qual tem tudo para virar um cartel, especialmente na Região Sudeste do País, com sérios prejuízos à economia popular e à concorrência.
            Governo e sociedade precisam parar de dizer amém ao "senhor mercado", que dita normas para atender seus interesses, na maioria das vezes, usando recursos públicos como plataforma para seus negócios. Cabe ao governo criar uma política industrial clara, que priorize o emprego e a geração de renda. O BNDES é um poderoso instrumento para isso, mas precisa começar a atender os interesses do povo brasileiro e não apenas de grandes grupos econômicos.
             Boa terça-feira a todos.           

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nunca contrate alguém que você não possa demitir


         Clubes, empresas e políticos seguidamente incorrem em um erro comum: contratar pessoas que depois não podem demitir. O Grêmio ao contratar Renato Portaluppi se viu em um bico de sinuca, pois como iria demitir um ídolo? O ex-atacante tricolor tomou a frente e se antecipou à degola, colocando seu cargo à disposição.
         Em empresas familiares, especialmente, ao guindar um filho ou parente próximo para um posto de direção sem que a pessoa esteja preparada, o problema se repete. Na política, muitas vezes os familiares são chamados a comandar a campanha e, nem sempre podem dar a resposta esperada. No final, se insistir com a nomeação, quem indicou vai perceber que está colocando seu casamento ou uma relação familiar de décadas a perigo, restando só ressentimento no fim das contas.
         Assim, antes da contratação, faça sempre a pergunta: posso demiti-lo futuramente? Se não, evite aborrecimentos e encontro outra posição para a pessoa. Todos ganham.
          Boa semana a todos.