quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Voto obrigatório: até quando a democracia brasileira vai conviver com essa aberração?

É preciso avançar para ter maior participação
 
          Encerramos mais uma eleição, muito se comemorou a respeito da rapidez do processo de apuração, mas na verdade há muito ainda para aperfeiçoarmos até termos uma democracia plena no Brasil.
         Sinceramente, não consigo ver como totalmente democrático um processo onde o eleitor é obrigado a comparecer às urnas a cada pleito. Se não for, é multado e não pode participar de concursos públicos, por exemplo, pois um dos requisitos para a inscrição é estar em dia com a Justiça Eleitoral.
         Mesmo assim, o eleitor mandou um recado preocupante no primeiro e no segundo turnos para juízes eleitorais, parlamentares e todos aqueles que acompanham a política.
          No primeiro turno, mais de 19% dos brasileiros aptos a votar preferiram não participar da escolha de prefeitos, vices-prefeitos e vereadores. Em São Paulo, no segundo turno, o cenário foi ainda pior, quando 30% dos eleitores não foram até as zonas eleitorais. Ou seja, à sua maneira, o eleitor está dizendo que precisamos avançar e que está descontente com o formato que convencionamos chamar de "processo eleitoral democrático brasileiro".
          A maioria dos partidos e dos políticos não querem e não têm interesse que a reforma política inclua no texto o fim do voto obrigatório por temer que as siglas com eleitores mais fiéis possam ser beneficiadas. Em um primeiro momento, acredito que isso possa ocorrer, mas na eleição seguinte, necessariamente, o eleitor perceberia a importância de sua decisão e voltaria às urnas. Desta vez, pensando melhor em suas escolhas e cobrando mais daqueles que foram eleitos para representá-lo. Isso ocorreu nos Estados Unidos e em todos os países que acabaram com o voto obrigatório, o qual amarra o eleitor, atrapalha a democracia e vai na contra-mão da participação popular na política. Ou não?
 
Bom feriado a todos.