terça-feira, 29 de maio de 2012

Lula se superou. De novo....

Polêmica: quem está mentindo?

          Lula, que disse que não sabia do Mensalão e se sentiu traído quando soube que José Dirceu comprava os votos de parlamentares em troca de apoio para seu governo no Congresso durante seu primeiro mandato na Presidência, se superou ao procurar o ministro do STF, Gilmar Mendes, e seu ex-ministro e ex-presidente do STF, Nelson Jobim, para tratar do maior escândalo da história brasileira.
         De acordo com a denúncia, Lula teria pedido que o caso não fosse a julgamento em 2012. A intenção, segundo Mendes, era para que fosse adiado para o ano que vem, quando serão nomeados mais dois ministros ligados ao PT.
        Diante da reação da opinião pública, Lula e Jobim, claro, negaram peremptoriamente. Mas convenhamos, que tipo de conversa e o que motivaria Lula a solicitar um encontro com um representante da Suprema Corte do País antes de uma decisão tão importante para a sociedade brasileira? Certamente não era para debater amenidades ou para tomar um cafezinho em meio à tarde modorrenta de Brasília...
         Pelo currículo e passado recentes, nada me leva a crer que Gilmar Mendes tenha mentido à Veja ao fazer a denúncia de que o ex-presidente o procurara para tratar do adiamento do julgamento do Mensalão. Já sobre os demais participantes da reunião, não se pode dizer o mesmo tantas foram as vezes que falaram uma coisa e fizeram outra...
         De qualquer forma, a história soa como uma bofetada à opinião pública. E Lula, como se vê, pensa estar acima do bem e do mal. Até mesmo do bom senso e da Justiça. Lamentável. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

CPI ou ação entre amigos??

            

             A CPI do Cachoeira, que já havia nascido com jeito e cheiro de pizza, acabou de ser enterrada nesta quinta-feira (17.05) quando o ex-líder do governo na Câmara, deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), foi flagrado enviando uma mensagem de texto pelo celular para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. 
            Vaccarezza tranquiliza Cabral e não deixa dúvidas de que já está tudo certo para que a investigação não avance sobre o governador carioca. Escreveu o petista: "A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu".
             Em sua página na internet (www.vacarezza.com.br), o deputado escreveu em 15 de maio um artigo intitulado "O que esperamos da CPMI". No texto, Vacarezza diz: "A CPMI do Cachoeira inova ao envolver personagens centrais da oposição ao governo. Mas nem por isso foge à regra. Carrega ingredientes de desestabilização que precisam ser evitados em defesa da harmonia das instituições e da preservação do próprio papel fiscalizatório e de mediação dos conflitos do Poder Legislativo."
              Muito provavelmente, o parlamentar se referia, ainda que de maneira inconfessável, que o que era preciso evitar era a convocação dos amigos. A ação de Vacarezza apenas corrobora para que a sociedade e a Imprensa olhem com desconfiança a cada vez que o Congresso cria uma comissão parlamentar de inquérito. Antes do relatório final sabe-se com antecedência que o único objetivo é criar palanque eleitoral, buscar os holofotes da mídia e fazer de conta que a investigação avança, quando na verdade, no fim das contas, o que conta é a preservação do status quo. Neste contexto, vale tudo. Inclusive fazer de uma CPI uma ação entre amigos.
             Bom final de semana, pessoal!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Rio que teima em ser Grande



             Desde pequeno ouço que o Rio Grande do Sul é o melhor lugar para se viver, que aqui tudo é bom, passando por nossos políticos e chegando a nosso Judiciário. Somos os mais éticos, os mais politizados, os mais honestos, enfim, praticamente o centro do universo. A cada 20 de setembro celebramos nossas façanhas e exigimos que elas sirvam de modelo à toda terra. Nos orgulhamos de promover um regionalismo que não nos leva a nada, a não ser ficarmos mais isolados em relação ao restante do País.
             Em meio a esse narcisismo coletivo, não percebemos que a cada gestão o Rio Grande se apequena. Sei que muitos irão discordar, soltarão o verbo contra mim, mas me cansa o fato de vivermos nessa eterna grenalização sem qualquer resultado prático. Aqui não há imparcialidade - "ou tu está comigo ou contra mim". Essa é outra de nossas frases maravilhosas...
             A Copa do Mundo é apenas mais um exemplo de como conseguimos perder o trem da história. Enquanto outras unidades da Federação recebem investimentos em infraestrutura para receber os jogos, no Rio Grande a paralisia é geral. O Aeroporto Salgado Filho sequer tem instrumento para operar em dias de neblina, apesar de ter sido anunciado sua compra em 2009. Nesta quarta-feiras pousos e decolagens foram suspensos por mais de cinco horas em virtude do nevoeiro. Como estamos no outono, podemos prever como será com a chegada do inverno para aqueles que ousarem passear nas férias ou estiverem a trabalho, vindo ou saindo da Capital dos gaúchos...
            Metrô em Porto Alegre, que antes estava anunciado para ser concluído em 2018, está suspenso pois sequer há consenso sobre o projeto. Obras importantes, como o Cais do Porto, dormem em gavetas de repartições, enquanto em outros locais, como em Puerto Madero, em Buenos Aires, o rio é parte da paisagem de uma cidade que compreende sua importância para seu desenvolvimento e para o turismo.
Enfim, tenho certeza de que alguém ganha com tudo isso, enquanto o Rio teima em ser Grande.... Uma pena que não sejam os gaúchos...
            Boa semana a todos.