terça-feira, 1 de novembro de 2011

O nascimento de um mito

Lula não sai de cena, mesmo no hospital

                  Lula já faz parte da história do Brasil por muitos motivos. É um fenômeno, sob todos os aspectos, inegavelmente. Como ninguém, sabe como conversar ao pé do ouvido das massas, entrar no imaginário popular, dominar corações e mentes. Juntamente com Getúlio Vargas, figura entre os presidentes que mais souberam se comunicar com o povo, usando todas as ferramentas disponíveis em seu tempo com total maestria. Deixou a Presidência mas continua presente na vida do País e de todos os brasileiros. Não há como esquecê-lo, pois parece nunca ter largado a faixa presidencial.
                  O anúncio de um câncer linfático, no último sábado, trouxe-o novamente para o noticiário nacional e internacional. Ele próprio fez questão de que fosse feito um comunicado, a fim de evitar especulações e para que as pessoas pudessem acompanhar seu tratamento. Pronto. Lá se foi a crise para o espaço. Denúncias de corrupção perderam fôlego, enquanto o Brasil acompanha a luta de seu líder contra o câncer.
                  Todos os noticiários dão amplos espaços para a batalha do ex-presidente. O Instituto Cidadania, de Lula, também fez sua parte. Ontem divulgou uma foto emblemática, cuidadosamente elaborada e pensada pela equipe de Comunicação: um Lula sorridente aparece com um esparadrapo no pescoço, enquanto a presidente Dilma conforta-o juntamente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em seu leito de hospital (não, não é pelo SUS, apesar de em 2006 Lula ter dito que a Saúde pública caminhava para a perfeição).
                  Com isso, Lula avança para um novo estágio - o de mito. A construção já está em curso e vai seguir até 2014, quando ele decidirá se Dilma concorre a um novo mandato ou se o próprio disputará a Presidência novamente. Disposição ele tem muita e a presidente sabe que cumpre seu papel de militante resignada. Afinal, quem dá as cartas é Lula. Os planos só darão errado se sua saúde piorar efetivamente ou se a economia afundar. Do contrário, é Lula lá...


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