segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Presidência da República fica mais distante para José Serra

Dilema tucano: perto da Prefeitura, longe do Planalto

José Serra deu o sinal verde para o PSDB neste final de semana, colocando seu nome à disposição para concorrer à Prefeitura de São Paulo. Com isso, o ex-governador adia (quem sabe sepulta) o sonho de chegar à Presidência da República pelos próximos seis anos.
Serra elegeu-se prefeito em 2004. Tomou posse no ano seguinte e, em 2006, renunciou para disputar e vencer a eleição para o governo do Estado, enquanto que Geraldo Alckmin concorria a presidente. Agora, se eleito, o tucano não poderá deixar a prefeitura novamente para concorrer ao governo do Estado ou à Presidência, pois ficará muito difícil explicar ao eleitor paulista uma nova desistência para buscar um cargo maior.
Outro agravante é que Alckmin certamente buscará a reeleição, cabendo a Aécio Neves a tarefa de enfrentar o PT na corrida presidencial. Para completar, em 2018 Serra terá 76 anos, ou seja, a idade irá pesar sobre seus ombros, tornando-o um candidato com pouca viabilidade na eleição.
Serra é um dos grandes quadros da política nacional. Júlio Redecker me disse certa vez que o tucano era o homem mais inteligente com quem havia tido contato. Clareza de raciocínio, visão de longo prazo, desenvolvimentista, honesto e competente eram alguns dos adjetivos que Redecker costuma usar para definir José Serra. Contudo, política tem fila. E a vez desse homem fantástico, que lutou contra a ditadura e construiu uma carreira pública brilhante, parece ter passado. Uma pena para o Brasil, e sobretudo para ele próprio.
Boa semana a todos.  

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