segunda-feira, 30 de maio de 2011

A força da imagem, a força da palavra


A foto que mostra o óbvio: relações estremecidas
                     
            Estive semana passada em Brasília e um dos assuntos preferidos no Congresso era a crise entre a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer. Na manhã desta segunda-feira, antes de embarcar para o Uruguai, onde assinaria acordos no Mercosul, a assessoria de Dilma chamou a imprensa para registrar a transmissão de cargo.
            O que era para ser um momento para confirmar que tudo está bem entre ambos acabou servindo para aumentar as especulações de que algo realmente vai mal na relação entre a presidente e seu vice. Com ares de constrangimento, Dilma e Temer atuaram para mostrar que a discussão da semana passada, quando Temer gritou com o ministro Antônio Palocci ao telefone, havia ficado no passado. Palocci ligara a pedido de Dilma e ameaçou demitir ministros do PMDB em virtude de o partido não acompahar a orientação do Planalto na votação do novo Código Florestal. Temer não se intimidou, disse que os ministros se demitiriam no dia seguinte, se fosse o caso, e bateu o telefone, encerrando a conversa. 
             Existe um velho ditado no Jornalismo que diz: "a gente não briga com a notícia". Na Capital Federal e em muitos momentos da vida pública, políticos insistem em brigar com a notícia. Apesar do esforço, a força da imagem mais uma vez se sobrepôs as palavras. Foi o que ocorreu na manhã desta segunda em Brasília: ao mostrar que tudo estava bem, Dilma e Temer deixaram exposto que a relação precisa melhorar e que o casamento PT-PMDB precisará de muita terapia para permanecer firme. Na alegria ou na tristeza. Na saúde e na doença, como manda o figurino...

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