Tela de Tania Hanauer, Sapatilhas Shoestock
A demissão de 840 funcionários de Calçados Azaleia, anunciada ontem, e o encerramento da linha de produção da empresa em Parobé, marcam o fim de um símbolo no setor calçadista gaúcho. Tradicional indústria com mais de 50 anos de história, a empresa idealizada por Nestor de Paula sucumbiu à combinação de juros altos e dólar baixo. É mais uma vítima do mercado diante da complacência do governo, que vacila em agir de maneira mais enérgica contro o capital especulativo.
Os reflexos da decisão da direção da Azaleia/Vulcabras se estenderão por todo o Vale do Paranhana. Mais do que empregos diretos e indiretos, os demitidos irão pressionar a rede pública, além de engordar as estatísticas oficiais a respeito do desemprego. É uma tragédia para Parobé e mais um aviso do setor produtivo ao governo: chega de tanto imposto, precisamos baixar o Custo Brasil, encontrarmos um ponto de equilíbrio para o dólar e, principalmente, melhorar a aplicação dos recursos públicos. Do contrário, teremos novas azaléias pela frente. E não serão flores...
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