segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ao reeleger Cristina Kirchner, Argentina volta a flertar com o populismo


               A Argentina reelegeu com 54% dos votos válidos Cristina Kirchner, neste domingo. A vitória da presidente coloca a Argentina mais próximo do populismo e mais distante de uma democracia plena. No poder, a herdeira do peronismo tem se mostrado pouco afeita ao contraditório: nos últimos quatro anos, perseguiu veículos de imprensa e jornalistas que denunciaram casos de corrupção em seu governo, numa clara ameaça à liberdade de imprensa e de opinião no País. Agora, com ampla maioria no Congresso, terá tudo para aprovar seu projeto de lei que prevê o controle da mídia.
              Em campanha, a presidente usou e abusou do luto, vestindo sempre roupas pretas a fim de  lembrar os argentinos seu luto eterno, apesar de a morte de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, ter ocorrido em 2010.
              No campo da política internacional, mais especificamente no relacionamento com seu principal parceiro comercial, o Brasil, Cristina endureceu o jogo, bem ao estilo dos argentinos. Durante a campanha eleitoral, trancou produtos brasileiros na alfândega e deu uma banana para acordos firmados na Organização Mundial do Comércio, que estabelecem período máximo de 60 dias para conceder  licença à entrada de produtos importados - as famosas licenças automáticas.
             Com o fim da eleição, a esperança de calçadistas, moveleiros e produtores de máquinas, por exemplo, é de e que o governo volte a liberar a entrada de seus produtos., alguns deles barrados há 180 dias na fronteira. Ainda é cedo para afirmar que isso vá ocorrer. Os argentinos, como poucos povos, são tão apaixonados e passionais em relação à política. E Cristina Kircher sabe muito bem disso.
              Boa semana a todos.

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