quinta-feira, 9 de junho de 2011

Juro alto, dólar baixo: receita para quebrar exportadores

Exportar fica cada dia mais difícil

              O Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu a velha cartilha na reunião de ontem, em Brasília, para tentar domar a inflação: aumento da taxa básica de juro (Selic) em 0,25 ponto percentual, elevando-a para 12,25% ao ano. Se por um lado essa decisão esfria o consumo, por outro produz uma combinação explosiva para os exportadores - juro alto e dólar baixo.
              As empresas que lutaram para conquistar mercados ao longo das últimas décadas estão ameaçadas pelo atual quadro. O setor produtivo vê a cada dia encolher sua participação no comércio internacional em virtude dessa situação que se arrasta há pelo menos 10 anos. O Rio Grande do Sul, de modo muito particular, é o Estado mais afetado, já que tem vocação exportadora e setores sensíveis às variações cambiais e à alta de juros.
             Calçados, móveis, máquinas e implementos agrícolas, motores das exportações gaúchas, lutam para sobreviver nesse tiroteio. Enfim, o governo sabe dessa realidade, mas não tem apresentado alternativas, preferindo confiar no mercado como regulador das relações econômicas.
            Seria o caso de se levar mais a sério a proposta que o ex-deputado Júlio Redecker apresentou em 2007 - o dólar referência. Com isso, teríamos uma cotação para quem exporta e outra para as demais relações comerciais. A diferença entre o dólar comercial e o de referência seria financiada pelo governo Federal, com juro baixo baixo e carência de pagamento. É de se pensar. Continuar dessa forma é condenar empresas e empregos à morte, com prejuízos irrecuperáveis para o Rio Grande e o Brasil.
             Boa quinta-feira a todos.

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