quarta-feira, 1 de junho de 2011

Parem o mundo que eu quero descer!

           

            O Brasil dos últimos tempos tem se revelado um País surpreendente. Senão, vejamos. Ontem, depois de tentar reescrever a história, José Sarney voltou atrás e mandou recolocar os painéis com o impeachment de Fernando Collor de Mello na exposição que conta a participação do Senado nos principais fatos históricos. Isso depois de a Imprensa e a sociedade terem rechaçado a ideia maluca do senador, claro.
            Na mesma terça-feira, a presidente Dilma Roussef anunciou a privatização de três aeroportos: Juscelino Kubitschek, em Brasília, Guarulhos e Viracopos, ambos em São Paulo. Já a Infraero, estatal que hoje é responsável pela administração dos aeroportos, ficará com 49% do controle acionário das empresas que serão criadas para gerir os terminais. Tradução: o governo do PT reconhece que não tem condições de dar a infraestrutura aeroportuária necessária para a Copa do Mundo de 2014 e fez o correto - entregar para a iniciativa privada. Em outros tempos, isso seria uma heresia, mas no Brasil de 2011 pode.
            Também na terça-feira, o governo do Estado anunciou que estuda implantar no Rio Grande do Sul o projeto da Prefeitura de Canoas, do PT, diga-se, para premiar professores, a partir de critérios técnicos de avaliação. Tradução 2: a proposta segue o mesmo modelo proposto pelo governo de Yeda Crusius, a tão discutida e criticada "meritocracia". Como se vê, o que não valia antes, agora parece estar valendo. Recicladas ideias para novos tempos. Alguém que chegasse hoje ao Brasil certamente não entenderia nada do que está ocorrendo e, provavelmente, pediria: "parem o mundo que eu quero descer", parafraseando Raul Seixas e sua sociedade alternativa.
            Boa quarta-feira a todos. 

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